Desviar de quem você é significa adoecer: o chamado do inconsciente para voltar a si.

“Desviar de quem você é significa adoecer.”
Carl Jung

A gente adoece, muitas vezes, tentando caber. Tentando ser o que esperam da gente. Tentando agradar, não incomodar, corresponder a padrões que parecem garantir amor e aceitação. O problema é que esse esforço constante para se adaptar tem um preço — e, geralmente, ele é alto: a saúde mental.

Na correria para atender expectativas externas, nos afastamos da nossa verdade interior. Ignoramos sentimentos, desejos e partes inteiras de nós que consideramos inadequadas. Mas o inconsciente não esquece. Ele encontra formas de chamar a atenção — e, muitas vezes, esse chamado vem através do adoecimento emocional.

O adoecimento como linguagem da alma

Na perspectiva da psicologia analítica, desenvolvida por Carl Jung, os sintomas não são inimigos a serem eliminados, mas mensagens da psique. A ansiedade, o cansaço constante, o vazio que parece não ter motivo… tudo isso pode ser uma forma simbólica de o inconsciente dizer:

“Você se perdeu de si mesmo.”

Quando deixamos de escutar nossas próprias necessidades e desejos, algo dentro de nós começa a adoecer. É o inconsciente pedindo para voltarmos ao caminho da individuação — o processo de nos tornarmos quem realmente somos, com tudo o que isso inclui: luz e sombra, força e fragilidade, amor e dor.

O chamado para o retorno a si

Adoecer, muitas vezes, é um chamado do inconsciente pedindo para você voltar pra si. Para olhar o que ficou escondido atrás da máscara social — sentimentos reprimidos, sonhos abandonados, partes suas que foram silenciadas para sobreviver.

Esses aspectos não desaparecem; apenas se retraem, esperando o momento de serem vistos novamente. Quando a alma pede para ser ouvida e não é atendida, o corpo fala. E quando o corpo fala, o convite é claro: é hora de se escutar.

A cura como lembrança

Muita gente acredita que cura emocional é se tornar alguém novo — mais forte, mais confiante, mais feliz. Mas, na verdade, cura é lembrar de quem você sempre foi.
É se reencontrar com o que foi deixado de lado, integrar as partes esquecidas, permitir-se ser inteiro outra vez.

E é nesse processo que ferramentas como a escrita terapêutica podem ajudar. Escrever sobre o que se sente é uma forma de diálogo com o inconsciente — uma ponte entre o que está escondido e o que precisa ser trazido à consciência. Cada palavra escrita é um passo em direção a si mesmo.

Um convite ao autoconhecimento

Talvez o seu corpo e a sua mente estejam apenas tentando te dizer algo:
que é hora de parar de desviar de quem você é.
De se acolher, de se lembrar, de se permitir ser.

Porque o adoecimento, por mais doloroso que pareça, também pode ser o início do processo de cura e autoconhecimento.

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